Todo o poema começa de manhã, com o sol. Mesmo Gosto das palavras exactas, as que acertam Essas palavras são duras como os objectos Tento incendiá-las quando escrevo, como seBIOGRAFÍA
SUS POEMAS
que o poema não esteja à vista (isto é, céu de chuva)
o poema é o que explica tudo, o que dá luz
à terra, ao céu, e com nuvens à mistura – a luz incomoda
quando é excessiva. Depois, o poema sobe
com as névoas que o dia arrasta; mete-se pelas copas das
árvores, canta com os pássaros e corre com os ribeiros
que vêm não se sabe de onde e vão para onde
não se sabe. O poema conta como tudo é feito:
menos ele próprio, que começa por um acaso cinzento,
como esta manhã, e acaba, também por acaso,
com o sol a querer romper.
com o centro das coisas, e quando as encontro
é como se as coisas saíssem de dentro delas.
que designam, pedra, tronco, ferro, o vidro
de espelhos quebrados com o calor da tarde.
o fogo saísse de dentro da frase, e se espalhasse
pelo campo da página numa devastação de sílabas…EL AUTOR EN LOS MEDIOS
Nuno Júdice
El Algarbe, Portugal, 1949
Nuno Júdice nació en Mexilhoeira Grande (El Algarbe, Portugal) en 1949. Es crítico literario, profesor de Literatura Comparada en la Universidad de Lisboa y agregado cultural de la embajada portuguesa en Francia. Dirige, además, la Casa de Poesía de Fernando Pessoa. Comenzó su actividad literaria en el año 1972 con su primer libro, Noçao do Poema. Posteriormente ha publicado Mecanismo Romântico da Fragmentação (1975), Nos Braços da Exígua Luz (1976), A Partilha dos Mitos (1982), Lira de Liquen (1986), A Condescendência do Ser (1988), Enumeração de sombras (1989) y Obra poética 1972-1985 (1991). Está considerado uno de los más importantes poetas portugueses surgidos a continuación del grupo Poesía 61. Según el poeta Ángel Crespo, traductor al castellano de su obra, la poesía de Júdice «ha sabido integrar las conquistas lingüísticas de la vanguardia de los años 50 y 60 en una textualidad que evita la fragmentación del poema y se orienta, por el contrario, hacia un relato misteriosamente epilírico». Como novelista ha publicado Plâncton (1981), A Manta Religiosa (1982) y Adágio (1989). También crítico e investigador literario, se ha especializado en la época modernista portuguesa, a la que ha dedicado sus libros Poesía Futurista Portuguesa (1981), A Era do «Orpheu» (1986) y los prólogos a las reediciones de las revistas Portugal Futurista, Centauro y Sudeste (SW). Nuno Júdice participó en 1992 en el ciclo Poesía en la Residencia con una lectura de su obra, y en 1995 acudió como residente.
GÉNESE
Poesia Reunida
GÉNESE
O LUGAR DAS COISAS
Por Dentro do Fruto a Chuva
O LUGAR DAS COISAS
Fallo del XXII Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana. El ganador, el escritor portugués Nuno Júdice
ACTO DE ENTREGA DEL XXII PREMIO REINA SOFÍA DE POESÍA IBEROAMERICANA. Palacio Real de Madrid. 27 de noviembre de 2013
Fotografías Actos de entrega