NUNO JÚDICE

Portugal, 1949

_______________________________

XXII PREMIO REINA SOFÍA DE POESÍA IBEROAMERICANA 2013

NUNO JÚDICE

Portugal, 1949

_______________________________

XXII PREMIO REINA SOFÍA DE POESÍA IBEROAMERICANA 2013

BIOGRAFÍA

_________

Nuno Júdice nació en Mexilhoeira Grande (El Algarbe, Portugal) en 1949. Es crítico literario, profesor de Literatura Comparada en la Universidad de Lisboa y agregado cultural de la embajada portuguesa en Francia. Dirige, además, la Casa de Poesía de Fernando Pessoa. Comenzó su actividad literaria en el año 1972 con su primer libro, Noçao do Poema. Posteriormente ha publicado Mecanismo Romântico da Fragmentação (1975), Nos Braços da Exígua Luz (1976), A Partilha dos Mitos (1982), Lira de Liquen (1986), A Condescendência do Ser (1988), Enumeração de sombras (1989) y Obra poética 1972-1985 (1991). Está considerado uno de los más importantes poetas portugueses surgidos a continuación del grupo Poesía 61. Según el poeta Ángel Crespo, traductor al castellano de su obra, la poesía de Júdice «ha sabido integrar las conquistas lingüísticas de la vanguardia de los años 50 y 60 en una textualidad que evita la fragmentación del poema y se orienta, por el contrario, hacia un relato misteriosamente epilírico». Como novelista ha publicado Plâncton (1981), A Manta Religiosa (1982) y Adágio (1989). También crítico e investigador literario, se ha especializado en la época modernista portuguesa, a la que ha dedicado sus libros Poesía Futurista Portuguesa (1981), A Era do «Orpheu» (1986) y los prólogos a las reediciones de las revistas Portugal FuturistaCentauro y Sudeste (SW). Nuno Júdice participó en 1992 en el ciclo Poesía en la Residencia con una lectura de su obra, y en 1995 acudió como residente.

Portada "Devastación de sílabas" de Nuno Júdice

«No fundo, as relações entre mim e ti

cabem na palavra da mão…»

SUS POEMAS

_________

GÉNESE

Poesia Reunida

___

Todo o poema começa de manhã, com o sol. Mesmo
que o poema não esteja à vista (isto é, céu de chuva)
o poema é o que explica tudo, o que dá luz
à terra, ao céu, e com nuvens à mistura – a luz incomoda
quando é excessiva. Depois, o poema sobe
com as névoas que o dia arrasta; mete-se pelas copas das
árvores, canta com os pássaros e corre com os ribeiros
que vêm não se sabe de onde e vão para onde
não se sabe. O poema conta como tudo é feito:
menos ele próprio, que começa por um acaso cinzento,
como esta manhã, e acaba, também por acaso,
com o sol a querer romper.

O LUGAR DAS COISAS

Por Dentro do Fruto a Chuva

___

Gosto das palavras exactas, as que acertam
com o centro das coisas, e quando as encontro
é como se as coisas saíssem de dentro delas.

 

Essas palavras são duras como os objectos
que designam, pedra, tronco, ferro, o vidro
de espelhos quebrados com o calor da tarde.

 

Tento incendiá-las quando escrevo, como se
o fogo saísse de dentro da frase, e se espalhasse
pelo campo da página numa devastação de sílabas…

«Quero-te, como se foses

a presa indiferente, a mais obscura das amantes»

EL AUTOR EN LOS MEDIOS

_________

-20/06/2013 – FALLO DEL JURADO –

-27/11/2013 – ACTO DE ENTREGA –

-JORNADA DE ESTUDIO –